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O Consórcio Antiferrugem identificou a presença de ferrugem asiática em diversas plantas de soja (soja guaxa) na Rodovia do Café entre Londrina e Cambé, no Paraná. "A doença está em fase inicial, mas apesar das infecções serem relativamente recentes, há abundante esporulação", conta o agrônomo José Tadashi Yorinori, membro do Consórcio.
"A constatação precoce da ferrugem é bastante preocupante, porque o fungo está no ar à espera do desenvolvimento dos primeiros plantios de soja", avalia. Agora já são quatro estados com a presença da doença: Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás.
A pesquisadora da Embrapa Soja, Claudia Godoy, explica que as condições climáticas do inverno â muito chuvoso - favoreceram a germinação da soja voluntária ou guaxa e também deram condições do fungo causador da ferrugem se multiplicar nessas plantas.
"A doença apareceu mais cedo devido às condições favoráveis no inverno, mas os cultivos da soja no Paraná e no Mato Grosso também estão sendo antecipados, o que pode antecipar também o aparecimento em lavouras comerciais. No oeste do Paraná, 15% da área já foi cultivada com soja", conta.
De acordo as previsões climáticas, o fenômeno El Niño ainda vai provocar chuvas regulares e intensas pelo menos até dezembro, o que deve favorecer, de fato, o aparecimento antecipado e a dispersão da ferrugem na safra 2009/10. "Por isso, enfatizamos a importância do monitoramento constante das lavouras de soja para que o controle quÃmico seja feito no momento correto", afirma Godoy.
HISTÃRICO
A primeira constatação da ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, em lavouras no Brasil ocorreu na safra 2001/02 e rapidamente espalhou-se pelas principais regiões produtoras, em função da eficiente disseminação dos esporos do fungo pelo vento. O principal dano ocasionado por essa doença é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade.
O nÃvel de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação após a constatação dos sintomas iniciais, da resistência/ tolerância e do ciclo da cultivar utilizada. Reduções de produtividade próximas a 70% podem ser observadas quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas.
VAZIO SANITÃRIO
Vazio sanitário da soja é o perÃodo de ausência de plantas vivas dessa cultura no campo. à uma estratégia adicional no manejo da ferrugem asiática da soja, objetivando reduzir a quantidade de uredosporos no ambiente na entressafra e, dessa forma, inibir o ataque precoce da soja, pela presença de inóculo inicial menor. Esse perÃodo, que varia de 60 a 90 dias, foi estabelecido considerando que o perÃodo máximo de viabilidade de uredósporos de P. pachyrhizi registrado na literatura é de 55 dias.