Apesar dos prejuÃzos da recente temporada de chuva no Estado, para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), o ano que se encerra ainda permite projetar um 2010 melhor para a agricultura.
Os próximos meses serão decisivos para lavouras importantes no Estado, como milho e soja. A partir de agora, a torcida é para que eventos como as inundações das últimas semanas não se repitam. As perdas são fortes em lavouras como a do fumo, segundo o presidente da entidade, Elton Weber, mas, se o tempo permanecer estável, a safra de verão tende a ser normal.
â Ainda acreditamos que 2010 será 10 â definiu Weber ontem, em almoço de final de ano em Porto Alegre.
Como os sinais são de maior estabilidade, disse o primeiro vice-presidente da Fetag, Sérgio de Miranda, é possÃvel pensar em um 2010 melhor do que no ano passado. No inÃcio de dezembro, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) divulgou previsão de uma safra 18% menor por conta da chuva, sem incluir a soja. Apesar de não arriscar números, Miranda acredita que os fortes sinais de recuperação da economia mundial depois da crise afastam o pessimismo.
Previsão recente da Companhia Nacional de Abastecimento apontou uma colheita gaúcha de 22,89 milhões de toneladas em 2010. Um dos pontos favoráveis na formação da lavoura, destacou o presidente da Fetag, foi o custo mais baixo ante o ano passado.
Mas a entidade apontou problemas a serem resolvidos. Um deles é acelerar o repasse dos mecanismos que garantam renda para a agricultura familiar. Weber citou uma verba de R$ 30 milhões para aquisição de trigo como um exemplo de ajuda anunciada, mas que ainda não saiu do papel.
Outra preocupação é a garantia da venda da produção pelos preços mÃnimos definidos pelo governo, o que não estaria ocorrendo, segundo Weber. No caso da saca de feijão, o preço de mercado é R$ 45, e o valor mÃnimo estipulado, de R$ 80.
O balanço
CLIMA INCERTO...
- A estiagem do inÃcio de 2009 colocou 279 municÃpios em estado de emergência â R$ 191 milhões em créditos emergenciais foram aplicados no Estado.
- Já os temporais no final do ano deixaram 200 cidades em estado de emergência e prejudicaram as lavouras.
... AJUDA IRREGULAR
- Uma das garantias de renda para o produtor, o sistema de preço mÃnimo fixado para a venda de alguns produtos, não vem funcionando. O trigo, por exemplo, tem preço mÃnimo de fixado em R$ 26,46, mas no mercado sai a R$ 22.
- Os seguros contra intempéries normalmente não incluem chuva e cobrem apenas o valor tomado por empréstimo: a Fetag quer negociar para que a apólice cubra os recursos investidos pelo próprio produtor.
- O programa Minha Casa, Minha Vida foi regulamentado apenas no final do ano e o problema de moradia na área rural continua.